Presidente da Abac cita as vantagens dos consórcios
Luiz Fernando Savian está há oito anos à frente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). É ferrenho defensor dos consórcios, como era de esperar, mas admite que, se houver muita disciplina, acumular por conta própria o valor do bem desejado pode ser mais rentável do que entrar no tradicional produto.
Por que fazer um consórcio e não um financiamento?
O consórcio é um autofinanciamento e não há juros. Esses já são grandes motivos que justificam a escolha. No consórcio é cobrada apenas a taxa de administração, que é bem baixa. Em alguns casos, há também um fundo de reserva, mas não são todos os consórcios que cobram isso, basta procurar. Existem vários outros pontos positivos. Por exemplo, como a prestação é mais baixa, a comprovação de renda consequentemente, é menor. Por isso, pessoas de menor renda podem adquirir o consórcio.
Hoje estão disponíveis quais tipos de consórcio?
Há muitos tipos. Os de motos, automóveis e imóveis são os líderes do mercado, nessa ordem. Mas há consórcio de eletrodomésticos e serviços.
Como funciona o consórcio de serviços?
Esse tipo foi aprovado recentemente e inclui todos os tipos de serviços. A pessoa entra em um consórcio, por exemplo, para ter um crédito de R$ 10 mil. E, com esse dinheiro, pode fazer uma cirurgia plástica ou uma viagem ou uma festa. O dinheiro não é carimbado.
Qual o perfil do contratante do consórcio?
Para começar, é preciso que não haja a necessidade do bem de imediato, já que o contratante terá de esperar o sorteio ou dar um lance, não pode ter pressa. Além disso, o perfil da pessoa que faz consórcio é de alguém racional e quem quer tempo para se planejar. Quem faz financiamento não se planejou. Por essa razão, precisa do bem de imediato e, para isso, pagará muito juro.
Mas, se o perfil da pessoa que contrata o consórcio inclui a característica do planejamento, não seria melhor fazer uma poupança e comprar o bem à vista?
Essa é sempre uma ótima opção. Porém, resta saber quem tem essa disciplina. A dificuldade de poupar com rigor é mundial Apenas os japoneses têm essa disciplina. Isso é cultural. Por esses motivos, pode ser que, se houver essa disciplina rígida, a poupança valha mais a pena do que o consórcio.